COLÓQUIO
 
PROTEÇÃO
MÁSCARA, PROTEÇÃO E ELEGÂNCIA
Denis Bruna (FR)
RELÍQUIAS E OBJETOS DE PROTEÇÃO
NO PATRIMÓNIO DO MUSEU E IGREJA DE SÃO ROQUE
Teresa Morna
OBJETOS DE PROTEÇÃO NA COLEÇÃO DO MUSEU DA FARMÁCIA
João Neto
ADQUIRIR PARA PROTEGER: AFORRAR ATRAVÉS DE JOALHARIA
E ADORNOS DE OURO EM PORTUGAL (SÉCS. XVI-XX)
Gonçalo de Vasconcelos e Sousa
Apresentação e moderação de Kirstin Kennedy
18 de setembro, sábado
10h–13h
Teresa Morna
Teresa Morna
Teresa Morna
Teresa Morna
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RELÍQUIAS E OBJETOS DE PROTEÇÃO NO PATRIMÓNIO DO MUSEU E IGREJA DE SÃO ROQUE A ideia de proteção está presente em várias dimensões do património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Esta noção está implícita na própria missão estruturante da Instituição, não apenas pela responsabilidade que a mesma detém no apoio população mais vulnerável e cadenciada, como também pelo encargo que assume na conservação do valioso património de que é detentora, de âmbito histórico, artístico, religioso ou social.Este conceito evidencia-se ainda na própria missão do Museu de São Roque, cuja responsabilidade primordial é conservar os bens culturais que tem à sua guarda para que estes possam ser plenamente fruídos. Mas manifesta-se particularmente na natureza das suas coleções, em especial na coleção de relicários cuja função original era proteger as relíquias sagradas.Neste universo incluem-se também objetos que extravasam a natureza religiosa e que abraçam uma dimensão social, de que é bom exemplo a coleção de sinais de expostos conservada no Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
 
TERESA MORNA é diretora do Museu de São Roque / Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Nesta qualidade tem assumido a coordenação das atividades do Museu de São Roque nas diferentes componentes museológicas, salientando-se a coordenação científica do Projeto de requalificação do Museu de S. Roque e a coordenação do programa de beneficiação da Igreja de São Roque, através da implementação de ações de conservação e restauro em património móvel e integrado, evidenciando-se, neste âmbito, o projeto de requalificação da Capela de São João Baptista.
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Taça contendo Pedra de Goa, Índia, Goa, século XVII.Coleção e Cortesia Museu da Farmácia
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Taça contendo Pedra de Goa, Índia, Goa, século XVII.Coleção e Cortesia Museu da Farmácia
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OBJETOS DE PROTEÇÃO NA COLEÇÃO DO MUSEU DA FARMÁCIA. «A Pedra de Goa era um medicamento secreto dos boticários jesuítas do século XVII, sendo uma versão executada pelo homem das Pedras de Bezoar, às quais eram incorporadas outras substâncias medicinais. Feita de pasta de pedras de bezoar, barro, iodo, conchas esmagadas, âmbar, almíscar, resina e por vezes de estranhos materiais como raspas de corno de narval (tido como unicórnio), pedras preciosas, corais e pérolas. Era conhecido como antídoto para o veneno da mordedura das serpentes, escorpiões e insetos.» Este é um dos objetos de proteção do Museu de Farmácia que João Neto irá apresentar na sua comunicação. 
 
JOÃO NETO é diretor do Museu da Farmácia e presidente da APOM – Associação Portuguesa de Museologia.
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Gonçalo de Vasconcelos e Sousa
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Gonçalo de Vasconcelos e Sousa
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ADQUIRIR PARA PROTEGER: AFORRAR ATRAVÈS DE JOALHARIA E ADORNOS DE OURO EM PORTUGAL (SÉCS. XVI-XX). Em Portugal, a tradição da aquisição de peças de joalharia e de adornos de ouro, tanto femininos como masculinos, constituía uma forma de cumprir um conjunto de funções sociais e estéticas, que talvez possam alcançar um leque bem mais variado do que se possa, à partida, pensar.
Devido ao valor dos metais preciosos e/ou das gemas neles utilizados, uma das funcões da jóia ou do adorno áureo era a de constituir um meio de que o proprietário se poderia socorrer em momentos de necessidades económicas, fossem elas estruturais ou simplesmente conjunturais. Umas vezes o objecto era vendido, outras colocado em penhor, podendo ser reavido posteriormente. 
Em diversas ocasiões de dificuldades financeiras, naturalmente que em diferente escala, os vários testamentos sociais destinavam os seus adornos preciosos para poderem ser vendidos ou colocados em penhor junto de determinadas pessoas, a troco de uma verba. Existe alguma documentação referente a vendas de peças, mas as informações documentais mais abundantes e estudadas são respeitantes ao empenho de peças de joalharia e adornos de ouro, partindo de informações desde o século XVI até ao século XX.
Será referenciado um conjunto de situações historicamente localizadas em que os adornos preciosos serviram como salvaguarda económica dos seus possuidores, ilustrando o papel das peças desta natureza na proteção do indivíduo ante os problemas de falta de recursos económicos.  
 
GONÇALO DE VASCONCELOS E SOUSA (Porto, 1970) é professor catedrático e presidente do Conselho Científico da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (UCP). Doutor desde 2002 e agregado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, desde 2006, onde defendeu a sua dissertação de mestrado em 1997. Diretor do Centro Interpretativo da Ourivesaria do Norte de Portugal (CITAR–EA/UCP) e antigo diretor do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), de 2011-2016. Académico Correspondente da Academia Portuguesa da História, desde 2003, e da Academia Nacional de Belas-Artes, desde 2001. Presidiu ao Conselho Diretor do Círculo Dr. José de Figueiredo/Amigos do Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, entre 1997 e 2006.
KIRSTIN KENNEDY é conservadora de ourivesaria inglesa e europeia no Victoria & Albert Museum, em Londres, e editora da revista Jewellery History Today, publicação da Sociedade de Historiadores da Joalharia do Reino Unido.