SUOR FRIO, título proposto pela artista Kadri Maelk para a 1.ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa, convida-nos a refletir sobre o CORPO, o MEDO e a PROTEÇÃO através de projetos expositivos, colóquios, encontros e masterclasses. A situação de pandemia que atravessamos e que nos obrigou a repensar o nosso modus operandi, e o medo e a incerteza que se instalaram, levaram-nos a escolher como tema um aspeto marcante na história da joalharia — a proteção física e espiritual — e a debater qual o seu sentido no século XXI. O tema emerge com o projeto expositivo que a PIN lançou em março de 2020, no início do confinamento: desenvolver uma joia/objeto de proteção para o século XXI, com apresentação numa exposição online patente no MUDE – Museu do Design e da Moda (MUDE) desde julho de 2020.
A exposição nuclear reúne trabalhos que refletem o tema da Bienal, realizados nos últimos vinte anos por artistas internacionais e será produzida em parceria entre o MUDE, o Museu de São Roque e a PIN — e estará patente na Galeria de Exposições Temporárias, na Igreja e no Museu de São Roque. A exposição conta ainda com a parceria do Museu da Farmácia que acolherá algumas obras contemporâneas que estabelecerão diálogo com as obras da sua coleção. ...
O primeiro colóquio será subordinado aos temas gerais da Bienal: o Corpo, o Medo e a Proteção. Cada dia serão convidados três investigadores/especialistas de várias disciplinas. Um moderador apresentará o tema, os oradores e animará o debate. Em parceria com o Centro de Investigação e Tecnologia das Artes da Universidade Católica Portuguesa – Escola das Artes, decorrerá na Brotéria, que acolherá também, na sua Galeria e no âmbito da Bienal, a exposição do grupo õhuLoss da Estónia.
Numa produção do MUDE, a Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA) acolherá uma exposição antológica da obra de joalharia do escultor José Aurélio.
Também na SNBA, decorrerá o Jewellery Room onde galerias internacionais especializadas em joalharia contemporânea, estimularão o mercado e darão a conhecer o panorama internacional.
Os Departamentos de Joalharia do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e da Escola Artística António Arroio desenvolverão um projeto subordinado ao tema da Bienal e apresentarão, nos seus espaços, a exposição dos resultados. Este projeto será extensivo a nove escolas internacionais que integrarão as duas mostras e estarão presentes para um encontro de ideias e partilha de experiências de ensino.
Na semana que antecede a inauguração oficial da Bienal, decorrerão no Ar.Co duas masterclasses, orientadas pelos artistas e professores internacionais Christoph Zellweger e Caroline Broadhead, sobre o Medo e a Proteção, respetivamente. Os resultados serão apresentados em simultâneo com a exposição das escolas.
Em outubro, a Coroa Preciosa de Nossa Senhora de Fátima — hoje também relicário do projétil (relíquia de contacto) que atingiu o Papa João Paulo II — estará exposta, durante dois dias, na Igreja de São Roque. Será realizado um colóquio sobre a sua história, enquanto objeto de culto e de proteção espiritual. Estarão presentes, entre outros convidados, o Diretor do Museu do Santuário de Fátima Marco Daniel Duarte e um representante da Casa Leitão & Irmão, que realizou a coroa entre 1942 e 1946.
As galerias Sá da Costa, Reverso, Teresa Lacerda, Tereza Seabra e o Instituto Cultural Romeno, em Lisboa, apresentarão diversas exposições internacionais e promoverão palestras e visitas guiadas que serão anunciadas oportunamente.
O objetivo principal da Bienal é motivar o estudo da história da joalharia — fazendo a ponte com outras disciplinas — e estimular a joalharia contemporânea, criando novos contextos expositivos e promovendo o encontro e o intercâmbio entre investigadores, curadores, artistas e estudantes, entre si e com o público nacional e internacional. A Bienal encoraja ainda a reflexão sobre o momento complexo que atravessamos sublinhando a importância que a arte tem na vida e no quotidiano de todos.